Leituras universitários e paragráfos
O texto a seguir traz um assunto bastante pertinente para a nossa disciplina, mas leia-o também procurando observar o modo como nele são organizados os parágrafos:
Um grande "pobrema" de português
Dificuldade em dominar a língua materna vem da falta de leitura e de falhas na educação básica. O reflexo aparece em provas, trabalhos e monografias
11/03/2013 | 00:52 | Anna Simas Saiba mais
Três em cada dez universitários brasileiros fazem parte de um grupo com nível básico de alfabetização. Isso significa que, mesmo dentro da faculdade, cerca de 30% dos estudantes têm grau de letramento abaixo da média – eles leem e compreendem textos médios e curtos, mas não dominam documentos grandes e complexos. Os dados fazem parte do último levantamento do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), de 2011/2012.
Essa realidade é sentida por professores dentro da sala de aula, independentemente da área do conhecimento. Em cursos de Humanas, Saúde ou Exatas, os docentes percebem que há algo errado com o domínio do português entre os alunos. Os problemas não se restringem a erros gramaticais; estão principalmente na dificuldade de articular ideias e produzir textos com mais de dez linhas.
Basta corrigir uma prova discursiva ou um trabalho para que o professor descubra que casos desse tipo não são raros. Foi assim que o professor de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Paulo Sergio Batista percebeu que muitos de seus alunos compreendiam o conteúdo da disciplina, mas não conseguiam escrever e organizar ideias durante uma prova. Para dar respostas mais longas, a solução encontrada por parte dos estudantes é redigir os pensamentos em tópicos.
A professora de Língua Portuguesa dos cursos de Engenharia e Informática da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) Angela Helena Zatti nota o mesmo que Batista. Além de provas e trabalhos, ela sente que a dificuldade em se expressar afeta também as apresentações orais.