leitura racional
Publicado em junho 12, 2007
Leitura racional – para muitos só agora estaríamos no âmbito do status letrado, próprio da verdadeira capacidade de produzir e apreciar a linguagem, em especial a artística.
Enfim, leitura é coisa séria, dizem os intelectuais.
Para muitos, relacionar a leitura às nossas experiências sensoriais e emocionais é reduzir a leitura, revela ignorância.
Essa a postura intelectualizada e dominante – mantida por uma elite.
Obviamente, faz-se necessário distinguir essa idéia de intelectuais que estamos utilizando em nossa aula.
Entre outras coisas, esse tipo de intelectualismo limita a leitura à noção do texto escrito, pressupondo educação formal e certo grau de cultura e erudição do leitor.
Nós estamos vendo a leitura como um processo de compreensão abrangente, no qual o leitor participa com todas as suas capacidade a fim de apreender as mais diversas formas de expressão.
Nossa proposta é observar a competência para criar ou ler tanto por meio de textos escritos quanto de expressão oral, música, artes plásticas, artes dramáticas, realidades cotidianas etc.
Também não estamos restringindo a leitura a atos de caráter científico, artístico… enfim, eruditos.
Então, a leitura racional é intelectual quando elaborada por nosso intelecto – estamos falando de um processo eminentemente reflexivo, dialético.
Ou seja, ao mesmo tempo que o leitor sai de si, em busca da realidade do texto lido, sua percepção implica uma volta à sua experiência pessoal e uma visão da própria história do texto, estabelecendo um diálogo entre o texto e o leitor com o contexto no qual a leitura se realiza.
Isso implica dizer que os demais níveis de leitura são válidos. Entretanto, a leitura racional acrescenta o fato de estabelecer uma ponte entre o leitor e o conhecimento.
A leitura racional implica em reflexão, em atribuir significado ao texto e questionar tanto a própria individualidade como o universo das relações