Como falar em público
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Comunicação Oral e Escrita
Falar em Público
Seduzir uma plateia, prender a atenção dos ouvintes, fazer um discurso assertivo, encontrar as palavras certas, ter noção do tempo e atender à qualidade dos interlocutores, para não falar nem acima nem abaixo das suas expectativas, é uma arte.
Num país tomado pela mania das conferências, debates, encontros, seminários e colóquios mais ou menos substantivos, é arrepiante assistir a certas prelecções de certos oradores. Alongam-se sempre mais do que devem, perdem-se no raciocínio, usam palavras caras, abusam de uma suposta erudição própria, intelectualizam o discurso e conseguem enfadar todos os presentes. Pior do que o bocejo que provocam é a nulidade da sua presença, tantas vezes preparada ao detalhe.
Muitas vezes o investimento que este tipo de oradores faz na preparação da sua intervenção revela-se completamente desproporcionado e desajustado. Escrupulosos, dão-se ao trabalho de organizar o discurso, de o escrever, de juntar acetatos, vídeo e outro material de apoio, numa tentativa genuína de fazer passar a mensagem e serem mais eficazes. Na teoria está tudo certo mas a prática nem sempre confere com aquilo que pretendem.
O discurso lido perante uma plateia torna-se facilmente maçador; uma intervenção feita com base em acetatos onde está escrito exactamente aquilo que o orador vai dizendo é impossível de acompanhar, pois a atenção divide-se entre o que é dito e aquilo que é mostrado; uma elaboração demasiado conceptualizada e centrada na ciência do próprio orador pode revelar-se perversa, na medida em que soa a presunção de superioridade, e uma teoria apresentada em excessivo pormenor é ineficaz porque os ouvintes não têm a capacidade para reter tanta informação.
Assim sendo, por mais eloquente que seja o conteúdo ou a forma das intervenções públicas, elas só serão efectivas