Leis da grecia
Mas apesar de seu autor ser graduado em Ciências Jurídicas pela Universidade Aristotélica de Tessalônica (Grécia), doutor pela Universidade de Glasgow (Escócia) e editor assistente do Léxico de Onomásticos Gregos, Leis da Grécia Antiga não é um texto restrito a especialistas. Ilias Arnaoutoglou fez questão de escrever um texto claro e compreensível destinado, como ele mesmo diz na introdução do volume, "aos estudantes de História Antiga".
Neste sentido, o livro é, antes de tudo, uma coletânea. De casos, de sentenças, de decisões, de leis, de acordos nos tribunais. Essa laboriosa compilação vai montando para o leitor, como num mosaico, o mundo normativo, isto é, as regras que determinavam a vida cotidiana nas antigas cidades gregas.
Do ponto de vista cultural, o lançamento cobre uma lacuna importante. De fato, são inúmeros os estudos e o conhecimento sobre o direito romano. Mas quando se fala em Grécia as referências imediatas são as artes e a filosofia. Entretanto, é evidente que a democracia helênica não poderia ter surgido sem o arcabouço de uma sólida cultura jurídica.
E a Antiga Grécia, tão pródiga nas disciplinas artísticas e filosóficas, não o foi menos nas jurídicas. Não foi à toa que a Deusa da Justiça (Atena) tornou-se padroeira de Atenas e que sua intervenção (no mito de Orestes) criou o primeiro tribunal e o famoso voto de desempate, ou "voto de Minerva" (como os romanos chamavam Atena).
Mas este não é um livro de mitos, mas ao contrário, de casos concretos, alguns muito assemelhados a