A herança da Lei Áurea Trazidos ao Brasil em meados do século XVI, os negros vindos da África, formavam uma força de trabalho mais resistente que a usada na época, a indígena ou gentil, que não se adaptara a condição de cativo. Sendo assim o cativo africano passou aproximadamente três séculos e meio sobre o domínio escravocrata implementado pela elite branca. Um anseio de uma mínima parte da sociedade, mas, sobretudo por imposição da coroa Britânica, que passara por uma recente Revolução Industrial e precisara de mercado consumidor, o tráfico negreiro chegara ao fim. Com o cessar deste “abastecimento” a elite rural brasileira passou por grandes dificuldades, pois a mortalidade dos negros era superior a natalidade dos mesmos. Após o primeiro golpe sofrido pelos escravocratas pela Lei de Eusébio de Queirós e as outras leis que vieram seguiu-se a notícia de que fora promulgada a Lei Áurea, que libertava todo e qualquer negro que fora trazido ou nascido no Brasil para viver em regime escravocrata. Fato acontecido não só pelo clamor de boa parte da sociedade, mas, sobretudo por pressão da Inglaterra por aumento do mercado consumidor no Brasil. Paralelo a isso acontecia à chegada de imigrantes europeus. Após esses fatos a mão de obra passou a ser assalariada, fazendo com que os imigrantes europeus fossem escolhidos por sua cor e não por seu trabalho na terra, uma vez que se evidenciava uma clara manifestação de discriminação racial por parte dos empregadores, assim, marginalizando os negros recém libertos. Muitos voltaram a seu local de trabalho por não terem condições de viverem por si só, pois não encontravam onde se encaixar na sociedade atual. Com uma lei que foi criada apenas para libertá-los sem que lhes fossem dado nenhum tipo de preparo para encarar a vida que se seguiria. Tendo assim contribuído com a marginalização estampada pelos cortiços e as primeiras formações de guetos, desde a declaração de liberdade aos cativos