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17/10/201406h33
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Thinkstock
Características femininas em peixes machos foram notadas pela primeira vez nos anos 90
Nós, seres humanos, tomamos paracetamol para dor de cabeça, contraceptivos para evitar a gravidez e Prozac para a depressão.
Mas para onde vão os resíduos destas substâncias uma vez cumprida a sua função?
O corpo humano elimina muitos dos medicamentos que ingerimos através da urina. A urina vai para os esgotos e, depois de atravessar um sistema imperfeito de purificação, os resíduos desembocam nos rios que alimentam o planeta.
Embora as concentrações de drogas na água sejam baixas, as consequências destas para os ecossistemas não deixam de ser preocupantes: desde peixes machos que adquirem características femininas até aves selvagens que perdem a vontade de comer, além de populações inteiras de peixes e outros organismos aquáticos dizimadas.
Diversos estudos sobre o impacto da poluição farmacêutica sobre a vida selvagem apontam que o uso crescente de drogas projetadas para serem biologicamente ativas em baixas doses pode estar causando uma crise global da vida selvagem.
"As populações de muitas espécies que vivem em paisagens alteradas pelo homem estão encolhendo por razões que não podemos explicar completamente", disse a pesquisadora Kathryn Arnold, da Universidade de York, na Inglaterra.
"Acreditamos que é hora de explorar novas áreas, como a poluição farmacêutica."
Machos femininos
Para os seres humanos, no entanto, a presença de drogas em baixa concentração na água não é um problema: seria necessário tomar entre 10 milhões e 20 milhões de litros de água da torneira para ingerir medicação suficiente para, digamos, aliviar uma dor de cabeça.
No caso dos peixes, a história é outra.
O biólogo John Stumper, da universidade britânica de Brunel, foi um dos primeiros a estudar os peixes machos com características femininas