Legalização da Maconha
Na outra ponta, pessoas e movimentos favoráveis ao consumo listam razões para a regulamentação da erva. O mais forte deles é o uso medicinal. Professor do Departamento de Psiquiatria da Unifesp, o médico Dartiu Xavier desenvolveu estudo que, na avaliação dele, derruba a tese de que a maconha seja porta de entrada para drogas. “É um mito e, na verdade, ela ajuda a sair. Nossa pesquisa com usuários de crack mostrou que 68% deles conseguiram largar a droga com uso da maconha”, diz.
A proibição, na avaliação de Dartiu, é um empecilho a pesquisas científicas. “Não conseguimos desenvolver muitos remédios. Estudos já demonstraram a eficácia da maconha em casos de esclerose múltipla, glaucoma, Aids, câncer”, cita. Segundo ele, 9% das pessoas que fumam maconha se tornam dependentes, enquanto no álcool esse percentual é de 15%. “Além de toda dificuldade de um dependente, ele tem o status de ilegal. Você trata um doente como criminoso”, afirma o professor.
A violência gerada com a proibição é uma das principais críticas do Movimento pela Legalização da Maconha (MLM) e da Rede Nacional de Coletivos e Ativistas Antiproibicionistas. “As disputas de pontos de venda, a quantidade de homicídios e prisões têm a ver com a ilegalidade do mercado das drogas. Isso cria violência e leva também à corrupção dos agentes públicos”, afirma Thiago Vieira, do MLM. “A proibição não impede ninguém de usar e ainda cria uma situação de que quem decidirá se a pessoa pega com a droga será presa por tráfico é o policial da rua, com critérios questionáveis”, acrescenta.
Guerra de estudos
Argumentos contra a droga
» A fumaça tem substâncias cancerígenas
» Pode desencadear esquizofrenia em pessoas com tendência a desenvolver a doença
» Baixa a testosterona e favorece a infertilidade
» Traz prejuízos em atenção e memória
Fonte: Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
Argumentos a favor da droga
» Ajuda a reduzir náusea e vômitos provocados pela