lead time
CASO: Em 20 de maio de 1998, como afirma o trabalho, a Schering recebeu uma carta anônima e uma cartela de Microvlar, com a advertência de que a composição da pílula estava adulterada. A carta tinha tom amigável e informava que a droga havia sido comprada numa farmácia em Mauá, na periferia de São Paulo. Sete dias depois, a Schering sabia que as pílulas continham farinha – não continham hormônios, mas só a massa neutra que dá forma à drágea, um placebo utilizado para testes. A empresa permaneceu calada.
Schering continuou calada, descumprindo as normas da Vigilância Sanitária, que obrigam os laboratórios a notificar imediatamente situações desse tipo.
REPERCUSSÃO: No dia 19 de junho, quando o caso das pílulas de farinha já chegara ao conhecimento da reportagem do Jornal Nacional, o laboratório deu queixa à polícia e notificou a Vigilância Sanitária, alegando que havia sido furtado um lote de embalagens de Microvlar. A empresa pronunciou-se apenas 29 dias depois de ter confirmado a denúncia anônima.
ESTRATÉGIA ELABORADA: A justificativa da empresa foi a de que entre os dias 12 de janeiro e 21 de abril de 1998, a Schering testou uma nova embalagem, usando pílulas de teste, feitas de farinha, chamadas pílulas bobas, que mais tarde foram remetidas para outra empresa, para incineração. A Schering supôs então que uma quantidade de cartelas foi roubada e revendida a algumas farmácias. O laboratório disse não dispor de prova de que houve o furto, assim como não saber quando aconteceu, ou quantas cartelas sumiram.
Uma grande campanha publicitária foi feita pela Schering, que anunciou que a cor da embalagem mudaria de verde para azul, a fim de evitar que o produto falsificado continuasse a ser vendido. A empresa disse ainda que designaria um funcionário para acompanhar o descarte dos resíduos de produção durante todo o trajeto do produto, até a incineração.
ERROS E ACERTOS: A Schering pecou por não fazer uma comunicação