Lazer e trabalho na comunidade escolar
O debate sobre o lazer na escola tornou-se um desafio diário. O problema justifica-se na necessidade de compreensão das abordagens e contextos em que o lazer é visto como fator oposto à produção. A escola como espaço privilegiado de debates, é, pela magnitude de comportar diversidades, uma ressonância de relações sociais assimétricas. Nesta perspectiva, consideramos oportuno levantar a discussão a respeito de uma prática do lazer no espaço escolar que esteja casada com as manifestações construídas na comunidade. Primeiro porque se faz necessário buscar um entendimento sobre o que significa lazer para a comunidade e como essa mesma comunidade estabelece relações entre o lazer e a prática pedagógica. Em segundo lugar, porque consideramos a prática de lazer na comunidade como um dos pilares do processo de politização, organização e socialização comunitária, o que aponta como importante tema para ser tratado no contexto educacional como conhecimento escolar.
Marcellino (1997) nos diz que a incorporação do termo “lazer” ao vocabulário comum, portanto, convencionado, tem um caráter de “novo, de recente e que essa percepção iniciante, nos leva a uma simples associação do lazer como experiência individual vivenciada, restrita aos conteúdos de determinadas atividades” (p.21). No entanto, o lazer no seu significado de tempo livre, não é novo, sendo preciso considerar que os enfoques históricos sobre lazer esbarraram em seu valor oposto ao trabalho: “O que ocorre nesses casos, com maior freqüência, é a mitificação do trabalho, gerando, quase sempre, uma atitude de desconhecimento de outras dimensões do humano, sobretudo das possibilidades pela vivência do tempo de lazer.” (Marcellino, idem).
Por meio da vivência profissional nos espaços escolares e dos resultados de nossa inserção na pesquisa histórica em comunidades, buscando levantar as práticas de lazer e as relações estabelecidas entre o lazer e o trabalho, bem como ao compreendermos a