LAWRENCE DA ARÁBIA
Lawrence da Arábia é um filme épico de 1962, ganhador de 7 oscars e dirigido por David Lean. O roteiro tem como protagonista T.E. Lawrence, tenente do exército britânico que é transferido do Cairo para a península arábica, onde envolve-se na Revolta Árabe contra o Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial. Logo, graças à sua estratégia, Lawrence torna-se herói para os beduínos. Ao retratar o protagonista como peregrino entusiasta pelo deserto e a independência árabe, o filme entra no contexto de um “Oriente orientalizado”, que é estudado por Edward Said.
No livro Orientalismo – o Oriente como invenção do Ocidente, publicado em 1978, Said busca revelar uma invenção eurocêntrica sobre o oriente. Para isso, análisa o sistema de representação da cultura oriental feito pelo ocidente – O Orientalismo -, que resulta basicamente do privilégio econômico que a europa possui sobre outras nações em certa circunstância histórica.
Nessas pesquisas e produções, em que quase sempre o Oriente (Asia, Africa, Oceania) é determinado como incompleto, e os orientais – investigados por ideias imperialistas, – são vistos como povos não civilizados que precisam de assistência para desenvolver suas tecnologias. A europa é claramente definida como modelo a ser seguido em busca do progresso, e estabelece uma relação de poder e dominação sobre o Oriente. Percebe-se ai uma busca contínua em identificar personalidades superiores e inferiores, situações onde um povo é sempre beneficiado e o outro explorado. Edward Said foi um grande interlectual palestino que nasceu em Jerusalém e cresceu em Cairo, capital egípcia na qual também começa a caminhada de T.E. Lawrence na obra cinematográfica. Em uma cena dos primeiros dez minutos, quando recebe o jornal, Lawrence comenta que a manchete do dia “não é nem ao menos mencionada no (New York)Times”, revelando uma realidade que ainda presenciamos: os conflitos e notícias do