Ocidente E Isl
Na véspera dos 9 anos dos atentados do 11 de Setembro , a ameaça de um pastor americano de queimar o Alcorão mobilizou lideranças mundiais para evitar uma crise entre o Ocidente e o Islã. Na Europa, o Senado francês aprovou uma lei polêmica que proíbe o uso de véu por muçulmanas, seguindo uma tendência conservadora entre governos europeus.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Cada vez mais, o antagonismo entre as modernas nações capitalistas e países islâmicos se torna fonte de conflitos políticos e religiosos no mundo pós-Guerra Fria .
Terry Jones era um desconhecido pastor de uma igreja na cidade de Gainesville, de 114 mil habitantes, no Estado da Flórida. Ele chamou a atenção da imprensa internacional ao anunciar que queimaria exemplares do Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos, no aniversário dos ataques de 2001. A intenção do religioso era protestar contra o projeto de construção de um centro islâmico próximo ao Marco Zero, local onde era situado o World Trade Center.
Temendo reações de extremistas islâmicos, autoridades como o Papa Bento 16, opresidente Barack Obama e o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon , além de chefes de Estado da Europa, pediram que o religioso desistisse do ato. Ao mesmo tempo, três pessoas morreram em manifestações contrárias ao pastor no Afeganistão. A pressão, porém, surtiu efeito, e Jones desistiu de queimar o livro sagrado.
Episódios como esse têm se tornado mais comuns nos últimos anos. Em 1989, o escritor anglo-indiano Salman Rushdie ficou famoso depois do Irã decretar uma fatwa (sentença de morte) contra ele. Rushdie foi acusado de blasfêmia em seu romance Os Versos Satânicos. Desde então, passou a viver escondido e sob proteção policial, mesmo após o Irã suspender a condenação em 1998, atendendo aos apelos da comunidade internacional.
Em 30 de setembro de 2005, o jornal Jyllands-Posten, de maior tiragem na Dinamarca, publicou 12 caricaturas