jivago
Inspirado no romance de Boris Pasternak, Lean levou às telas um filme que, a meu ver, pode ser considerado uma das mais fiéis adaptações da literatura para o cinema. Para escrever o roteiro, Lean convidou o excelente dramaturgo Robert Bolt, que já havia trabalhado para David Lean no filme “Lawrence da Arábia”. O que poucos sabem é que o livro que deu origem ao filme foi altamente condenado na Rússia. Boris Parternak (que recusou o Prêmio Nobel de Literatura por este livro) chegou várias vezes a ser chamado de traidor da pátria. Logo ele, que com seus 15 anos de idade vem começar a tomar nota do horror que foi a Revolução Russa, para mais tarde escrever, já com toda a experiência e sabedoria provinda de seus estudos filosóficos em Moscou e na Alemanha, um poético e sublime romance em defesa da paz. Impedido de publicar o romance na Rússia, o livro só veio a se tornar um best-seller mundial graças a intervenção de um contrabando local que levou os manuscritos até um editor em Milão, Itália. Se não fosse isso, estaríamos até hoje sem ter tido o deleite de assistir a esse filme, captado de imediato pelo olhar visionário do produtor Carlo Ponti e do presidente da MGM, Robert H. O’Brien, que juntos, levaram a história ao grande cineasta, David Lean.
Para contar uma história que se passa ao longo de 40 anos, David Lean exigia rostos novos, mas memoráveis, capazes de