LATERAIS NA INFANCIA
Paula Rodrigues
Universidade do Porto
Resumo
A tendência para a preferência manual direita, típica da população adulta, parece estar já presente no início da vida. Uma significativa proporção de bebés demonstra reflexos e movimentos espontâneos mais fortes e mais coordenados no lado direito do corpo do que do lado esquerdo. Porém, a observação dos comportamentos laterais de crianças até aos 3 anos de idade permite referir que essa tendência lateral se encontra em mudança, sugerindo um sistema ainda em fluxo. Não obstante, à medida que a idade avança torna-se notória a preferência consistente por um dos lados. Apesar de muitos estudos confirmarem o facto da preferência manual se estabilizar gradualmente com a idade, não há consenso relativamente à idade com que isto acontece. A raridade de estudos longitudinais constitui uma limitação nas investigações quanto a este aspecto da preferência manual.
Palavras-chave
Assimetrias laterais; actividade motora; recém-nascidos
Quando se observa cuidadosamente o comportamento do ser humano, torna-se clara a existência de uma assimetria motora funcional favorecendo um dos lados, maioritariamente o direito. Na procura por um mecanismo responsável por comportamentos lateralizados, os teóricos têm investigado a tendência lateral direita nos humanos, aparecendo esta no uso da mão, do pé, do olho e do ouvido. A lateralidade manual, normalmente definida como o uso diferencial ou preferido de uma mão em situações em que apenas uma delas pode ser usada, tem sido a mais vastamente estudada entre as preferências laterais humanas. Aproximadamente 90% da população, em variadas culturas, usa a mão direita na realização de actividades que envolvem vários graus de destreza.
A tendência para a preferência manual direita, típica da população adulta, parece estar já presente no início da vida. Apesar da preferência manual não ser uma característica óbvia de crianças pequenas, tornando-se mais evidente aquando