Laser e direito a preguiça
Resumo
O presente estudo tem como objetivo discutir as reivindicações dos trabalhadores no final do século XIX na direção da ampliação do seu direito ao aumento do seu tempo livre. Trata-se de estudo de revisão centrado no clássico manifesto “O Direito à Preguiça”, publicado em 1883, de autoria de Paul Lafargue. Pôde-se constatar que, no tempo presente, o aumento da produtividade nas organizações e melhoria da qualidade de vida e do próprio trabalho ainda são antagônicos, pois o tempo livre ampliado ou direito à preguiça ainda não foram além do capitalismo. Concluiu-se que a reivindicação dos trabalhadores não acabou, pois estes continuam sob as imposições da sociedade e, algumas vezes ainda, submetidos as suas exigências. Palavras-chave: Paul Lafargue, O direito à preguiça, trabalho, qualidade de vida, tempo livre.
1. Introdução
O tempo de trabalho e a qualidade de vida, crescentemente, por se tratar de um fenômeno que abarca uma multiplicidade de aspectos, têm se tornado objeto de estudo em diferentes áreas no meio acadêmico. Em paralelo, os avanços produzidos por novas tecnologias ocasionaram transformações profundas na sociedade e, por extensão, na interdependência trabalho, tempo livre e qualidade de vida, assim como no estilo de vida das pessoas. Vive-se num cenário absolutamente distinto de todos os anteriores. A sociedade hodierna é reflexo do desenvolvimento científico e tecnológico e acompanha a evolução.
Após a Revolução Industrial, as conquistas trabalhistas advindas de movimentos sociais produziram um aumento do tempo livre. No entanto, a busca dos trabalhadores por uma vida liberta das imposições opressoras do trabalho sempre se mostraram limitadas. A ociosidade era a realidade apenas das classes mais abastadas financeiramente, das quais a burguesia representava seu limite inferior (VEBLEN, 1983; HOBSBAWM, 1996).
Em última instância, as lutas ocorridas no curso da história tinham, e ainda tem em outra medida, a