Larissa!
O objetivo desse texto é refletir sobre o segundo componente: a organização de atividades de ensino e aprendizagem. Essas idéias de organização das atividades de ensino podem e devem ser adotadas para todos os ciclos, tanto no Ensino Fundamental quanto no Médio.
Uma aula expositiva e dialogada pode ser uma ótima atividade para formalizar um conceito que já vem sendo estudado há semanas em um projeto didático. Mas a mesma aula expositiva pode ser uma péssima escolha quando se trata de iniciar o trabalho com novos conteúdos ainda não problematizados com os alunos. Conteúdos diferentes precisam ser trabalhados com atividades diferentes. Mas, para além de cada atividade e seu conteúdo, é preciso pensar sobre a melhor articulação entre os diferentes conteúdos eleitos para serem ensinados e aprendidos, e os diferentes tipos de atividades presentes no trabalho pedagógico.
A aprendizagem não é um processo linear e ocorre com sucessivas reorganizações do conhecimento. Por isso, se o ensino estiver baseado em fragmentos de conhecimento correspondendo a intervalos de tempo iguais, estará fadado ao fracasso. Esse problema tem se repetido em nossas escolas no que diz respeito ao ensino e aprendizagem da leitura e da escrita. Os professores propõem a mesma atividade a todos os alunos e espera que todos a realizem no mesmo tempo, para dar prosseguimento ao “planejamento”. Mas as crianças não aprendem no mesmo ritmo e, em poucas semanas, várias já não conseguem compreender as propostas de atividade que o professor faz.
Para criar condições a fim de flexibilizar o tempo e a retomada dos conteúdos, a autora Delia Lerner sugere que se ponha em ação diferentes modalidades organizativas do ensino, que são: os projetos, as atividades habituais, as seqüências de atividades e as atividades independentes. Essas quatro diferentes modalidades organizativas devem coexistir e se articular ao longo do trabalho pedagógico.