Larica total
Faz tempo que eu sou fã desse programa. Foi amor a primeira vista. Isso pode parecer estranho, uma vez que o seu apresentador não é lá um rapaz bem aparentavel, muito menos um expert na cozinha. Talvez tenha sido por esses motivos que a admiração foi tão imediata. Assim como eu, Paulo Oliveira, personagem de Paulo Tiefenthaler, faz o que pode para não morrer na seção dos congelados do supermercado.
O cara é simplesmente um showman. Um mestre da improvisação e do “te vira negão” na cozinha. Criador da culinária de guerrilha, o programa tem um formato bem simples e sem muitas pirotecnias no que diz respeito a produção.
O cenário é o apartamento cinquentenário do próprio apresentador no bairro carioca de Santa Tereza. Uma mesa velha de madeira, aquele fogãozinho branco-amarelado, uma geladeira muitas vezes vazia e ao fundo uma pia de mármore acinzentado quase sempre com alguma louça por lavar. Sim, é um programa de culinária, e é exatamente aí que tá o charme de tudo isso. Além de uma experiência muito divertida, o Larica Total tem um formato inusitado na sua execução, fruto da criatividade de seus idealizadores. Vê-se claramente as linhas de improvisação criadas pelos redatores e a liberdade dada ao apresentador na direção do programa.
Com receitas intituladas de Space Cupcake, Empadão Casca Grossa e Bolo de Carne o programa encerrou a sua terceira temporada no final de 2012. Na minha opinião está longe de ser mais um daqueles que fazem uma culinária underground ou mesmo “trash”. Paulo é gente como a gente. Daqueles que gruda o brigadeiro no fundo da panela, que esquece o bolo no forno e deixa passar só um pouquinho do ponto, que usa a faca de pão que tem em casa pra cortar qualquer coisa e, principalmente, faz o que pode na cozinha. E o melhor, faz comida boa. Mesmo que ela não fique um colírio para os olhos.