Lamborghini
A fabrica Italiana automobilística, Lamborghini, constrói um lendário carro esportivo a partir de um processo quase que inteiramente à mão. Inicialmente, presumi que tal informação pode causar certo estranhamento, considerando que se trata da fabricação de Murcielago, um dos carros esportivos mais famosos do mundo. No entanto, essa forma de produção é resultado do desejo em lançar no mercado um produto que se destaque por excelência e alto padrão, o que explica a preocupação em produzi-lo de acordo com as especificidades do cliente, onde eficiência operacional, planejamento e controle de produção destacam-se como elementos cruciais.
Dessa forma é possível examinar, alguma semelhanças para com as ideias de Taylor -precursor do estudo dos tempos das ações humanas na fábrica- como a fragmentação do trabalho, na intenção de aperfeiçoar as estruturas e sistemas dos processos, delineando as responsabilidades dos mesmos, que no caso da Lamborghini, justifica-se pela busca de eficiência operacional e qualidade do produto.
Todavia, de forma diferente do que acontece nessa “MergaFábrica”, no taylorismo, esta “divisão de trabalho”, está associada a uma ideia de racionalização do trabalho industrial, baseado no estudo de tempos e movimentos, o que conduziu à eliminação dos tempos mortos e dos movimentos desnecessários do operador, imbuído na preocupação permanente com a diminuição dos custos de produção.
Nesse sentido, o fordismo, também está atrelado a ideia de organização racional do trabalho. Esse modo de produção foi o introdutor de uma linha de montagem na indústria automobilística, na qual o automóvel a ser montado se deslocava por uma esteira rolante, enquanto os operários, dispostos junto à esteira, realizavam operações padronizadas, o que presumia uma superespecialização do operário e a padronização de métodos e máquinas. Os gestos repetitivos na produção industrial correspondiam à sincronização de movimentos estudada