Lambada
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r Diego Azizi
Introdução
A nossa proposta ao realizar este trabalho, não se fundamenta, e tampouco procura identificar qual é a resposta definitiva de Kant em relação ao problema proposto em sua Crítica da razão pura. Nosso intuito consiste em identificar a pergunta de Kant, e seus pressupostos, tendo em vista a construção necessária do solo conceitual em que o autor estava inserido. Buscar o contexto histórico-filosófico e a influência que as ciências da época tiveram sobre o pensamento Kantiano é fundamental para a compreensão desta obra, que sem a identificação de seus pressupostos, se tornaria ininteligível.
O problema da “Crítica da razão pura”
Kant, para escrever essa obra, parte de um conceito fundamental e patente em toda a sua crítica, o conceito de ciência. Na primeira metade do século XVIII, as físicas de Descartes e de Leibniz, conflitavam entre si, e nenhuma delas se sobrepujava sobre a outra. Com os estudos de Isaac Newton, e a inauguração de seu sistema sobre a física, Kant adere gradualmente a concepção mecânica de Newton, que ao seu ver é o exemplo de ciência verdadeira (a geometria de Euclides também). Ora, a metafísica também se propõe como uma ciência, e os racionalistas dogmáticos defendem a idéia de que a metafísica é sim possível como ciência. Está aí o problema crucial para Kant.
O conceito de ciência, que Leibniz e Descartes herdaram da antiguidade, e que Kant também adere, é de que conhecimento científico é universal e necessário.
Todo o conhecimento científico, universal e necessário, deve ser fundamentado sobre conhecimentos à priori. Na filosofia de Kant, vemos que existem dois tipos de conhecimentos: à priori e à posteriori, ou empíricos. Conhecimento à priori, é um conhecimento que não se funda logicamente na experiência. Conhecimento empírico (à posteriori) é aquele conhecimento cuja fundamentação está nos próprios sentidos, contudo, o conhecimento empírico não pode fundamentar um