Lago do Esquecimento
A inovação é a alma do negócio e a destruição de todo o resto, crítica ao Lago do Esquecimento por Paula Sampaio.
Modernidade. Transformações seguidas de mudanças seguidas de inovações. Quais são elas? Tecnologia, iluminação, quebra de tradições, novas formas de pensar a vida e por fim um novo mundo. Mudanças que na sua maioria foram impostas a população. Alguém se importou com a opinião dos índios ou até mesmo da maioria? Não! Realisticamente e tragicamente, a autora evidência o resultado da tal modernidade. Da tal promessa de melhora, de autonomia e de liberdade. Porém, em um ritmo cada vez mais acelerado e na busca da dita evolução, transformamos o mundo e a vida em uma liquidez segundo Bauman. Ou seja, nas relações atuais somos incapazes de entender a singularidade e a subjetividade do outro, somos egoístas e vivemos de relações superficiais. Foi do puro egoísmo que brotou a Hidrelétrica de Tucuruí. Um Regime Autoritário fez do Lago do Tucuruí uma fonte de energia elétrica. Pouco se importaram com as vidas que ali rodeavam, danem-se as capivaras, os índios e os paraenses. O importante é visar a inovação, mudanças e transformações da tal sociedade moderna.
Marx, sobre o capitalismo e a modernidade, elogia os burgueses que tiveram tremenda força criativa, uma força que demandou realização. Segundo ele, nada se compara ao que a burguesia fez em apenas 50 anos. Entretanto a burguesia moveu o mundo para uma finalidade muito baixa: o capitalismo. Se fosse voltado para o povo, o mundo seria maravilhoso. Pelo o contrário, estamos fundados no valor da acumulação e não mais em valores eternos. Assim a velocidade da produção é muito rápida. Como menciona Berman, os nossos valores também são diluídos rapidamente, o mundo muda, os valores mudam, tudo está pronto para diluir. Ai está o “Tudo o que é sólido se desmancha no ar.” De Berman. É nesse momento que surgem as desigualdades, crescimento das capitais urbanas, êxodo rural resultando em um