Kleber
Basicamente um superávit em nossa balança comercial, devido a um crescimento notável de vendas de commodities como aço, e de alimentos como soja e carne.
Devido ao crescimento de economias como a da China, que demandam muitos destas commodities para progredir, os valores das mesmas se elevaram no mercado internacional pela alta procura.
O processo de globalização imposto pelo sistema financeiro internacional ao mundo, através dos adeptos do denominado neoliberalismo, forma atualizada de neocolonialismo, vai provocando os efeitos maléficos, denunciados por nós há muito tempo, apesar das promessas enunciadas de benefícios crescentes, por parte dos seus adeptos. A pobreza que se alastra, o aumento frenético do desemprego, a exclusão social disseminada, a criminalidade dominando progressivamente todos os setores da atividade humana, em especial nos países menos desenvolvidos, são conseqüências inexoráveis de tal proceder. Nos casos em que a miséria absoluta tornou-se desesperadora, são realizados movimentos pontuais de perdão parcial de suas dívidas externas e declarações retóricas de dirigentes dos principais agentes da tirania financeira: FMI e Banco Mundial.
Contudo, não se iludam com os discursos surpreendentes, até bem pouco tempo atrás, pronunciados pelos Srs. Stanley Fischer, na época vice-diretor-gerente do FMI, James Wolfensohn, presidente do Banco Mundial e Enrique Iglésias, presidente do B.I.D. e membro do Diálogo Interamericano. Suas respectivas preocupações com o enriquecimento brutal dos países mais desenvolvidos e de suas respectivas elites não serão transformadas em atos capazes de minorar a atual tragédia vivenciada no mundo. Os dados são estarrecedores. Nos EUA, 1% da população controla 60% da renda nacional. No Brasil, o decil superior (10% mais ricos) apropria-se de cerca de 45% do total da renda nacional. Mas, de fato, só colocaram despidos os governantes que, por exigência do próprio FMI, correm o risco de