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Vol. 11 – N.2 – Ano 2013
DISTÂNCIA SOCIAL E PRODUÇÃO DE ESTIGMAS NAS RELAÇÕES
RACIAIS BRASILEIRAS
SOCIAL DISTANCE AND THE PRODUCTION OF STIGMAS IN BRAZILIAN RACE
RELATIONS
Patrícia Guimarães*
Cite este artigo: GUIMARÃES, Patrícia. Distância social e produção de estigmas nas relações raciais brasileiras. Revista Habitus: revista eletrônica dos alunos de graduação em Ciências
Sociais – IFCS/UFRJ, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, p.137-150, 31 de dezembro. 2013. Semestral.
Disponível em: . Acesso em 31 de dezembro. 2013.
Resumo: Neste trabalho discuto como os negros de classe trabalhadora articulam classe e raça na sua definição de identidade ("nós") em oposição a outros grupos ("eles"), particularmente em narrativas sobre injustiça, estigmatização e discriminação. O trabalho parte das narrativas de 80 negros (pretos e pardos, na classificação do IBGE) de classe trabalhadora, residentes na Zona
Norte do Rio de Janeiro. Uma primeira análise das entrevistas permite afirmar que apesar de não identificarem fortes diferenças raciais, a maioria dos entrevistados reconhece desvantagens em ser negro e relata incidentes de discriminação racial, demonstrando que não há apenas uma oposição de indivíduos de status sociais diferentes, mas também de identidades raciais distintas.
Palavras-chave: distância social, desigualdade racial, discriminação, estigmatização, negros.
Abstract: In this paper, I discuss how working class blacks in Brazil articulate class and race in their definition of identity ("us") and their distancing from other groups ("them"), particularly in narratives about injustice, stigmatization and discrimination. This paper is based on the narratives of 80 working class black individuals (black and brown people, according to IBGE's classification), residing in Rio de Janeiro's northern suburbs. A first analysis of the interviews allow us to assert that, despite not identifying strong racial differences, most