Kepler e suas contribuições para a ciência
É inegável a importância de Kepler para a ciência, entretanto, o reconhecimento de suas contribuições não ocorreram de imediato. Foi Kepler quem definitivamente separou a astronomia da física celeste ao calcular o movimento dos astros a partir das suas causas. Para tanto introduziu algumas inovações que, juntas, proporcionaram o sucesso da sua compreensão acerca do movimento planetário. A primeira inovação considerou o Sol como referência dos cálculos da posição e distâncias dos planetas. Esta inovação ocorreu por instinto do cientista, que tratou o sol como centro do seu sistema, tanto física quanto geometricamente. A segunda inovação considera que as órbitas dos planetas estavam no mesmo plano do sol, premissa que se diferencia das considerações de Copérnico e Ptolomeu na qual o plano de órbita de Marte flutua no espaço. A terceira inovação liberou a ciência do conceito do movimento uniforme dos planetas em círculos perfeitos, conceito unânime entre todas as teorias existentes na época e que tinha como fundamento a perfeição da criação divina. Esta inovação foi considerada heresia até pela igreja, e que lhe valeu sua excomungação.
Tanto Kepler quanto Galileu defendiam o heliocentrismo proposto por Copérnico 60 anos antes, porém, a ciência parece dar mais importância aos dois últimos. Galileu, por exemplo, ficou mais conhecido pela sua insistência em defender a teoria copernicana em debates com a Igreja Católica que se desgastava cada vez mais com o avanço do Protestantismo. Porém, ao final, seu trabalho foi considerado próximo de uma heresia e foi condenado a abrir mão de suas ideias e permanecer confinado até o final de sua vida. Copérnico, ao propor o heliocentrismo, foi considerado revolucionário, porém, sua teoria ainda carecia das observações feitas por Galileo e Kepler. Até mesmo a teoria da gravidade proposta por Newton, considerado um dos maiores gênios da ciência, é fundamentada nos conceitos publicados por Kepler, que