Impactos produzidos por Kepler
O astrofísico e matemático alemão Johannes Kepler (1571-1630), viveu em uma época de extrema intolerância religiosa onde quaisquer que fossem as idéias e as teorias científicas contrárias aos interesses do catolicismo, eram repudiadas e combatidas pela Igreja. São inúmeros os relatos dos casos onde a Igreja Católica impunha punições severas aos autores destas teorias, que, quando escapavam da perseguição religiosa, sofriam ainda com a rejeição e o preconceito da sociedade da época, predominantemente católica em toda a Europa. Exemplo clássico deste cenário era a teoria imutável de que a Terra era o centro do universo, onde todos os outros astros giravam em torno do nosso planeta. Quem contestasse esta teoria certamente sofreria com as perseguições da Inquisição do Santo Ofício, da Igreja Católica, assim como aconteceu com Galileu Galilei ao defender a teoria heliocêntrica de Nicolau Copérnico.
No caso de Kepler, podemos visualizar o papel de suas visões religiosas em seus trabalhos, algo que atenuava e evitava conflitos com a Igreja. Seus métodos de literatura e retórica, sua interação com a cultura geral e as correntes filosóficas de seu tempo, até mesmo seu papel como um historiador da ciência colaboraram para uma convivência um pouco mais harmoniosa.
Muitas das idéias de Kepler levaram anos para serem compreendidas. Dentre elas, sua observação de que a velocidade de um astro aumenta em relação direta à proximidade de seu ponto de atração, o que foi elucidado pela lei da gravitação e por outras observações do cosmo. Mas a sua afirmação de que as órbitas dos planetas formam uma elipse, com o sol sendo um dos focos, talvez tenha sido a teoria de maior impacto na sociedade de seu tempo, onde se acreditava fielmente que os planetas orbitavam o sol em movimentos circulares perfeitos.
Atualmente considera-se que Johannes Kepler foi uma das personagens mais influentes da chamada “revolução científica”, o que por