Karl marks
O Capital foi a maior conquista de Marx, o centro da obra de sua vida. Seu intuito era, como Marx colocou no Prefácio ao Volume I, "revelar a lei econômica do movimento da sociedade moderna". Pensadores econômicos anteriores haviam captado um ou outro aspecto do funcionamento do capitalismo. Marx procurou entendê-lo como um todo. Coerente com o método de análise e concepção de história, Marx analisou o capitalismo não como o fim da história, como a forma de sociedade correspondente à natureza humana, mas como um modo de produção historicamente passageiro cujas contradições internas o levariam à queda.
Marx afirmou que um abismo socioeconômico poderia ser explicado pela teoria da mais-valia. Segundo esse pensador, a miséria se perpetuava no mundo capitalista mediante os baixos salários oferecidos aos operários como um todo. Mais do que uma simples opção, o baixo salário era parte integrante dos instrumentos que garantiam os lucros almejados pela empresa.
Sendo assim, Marx indicou que o salário destinado a um trabalhador poderia ser pago com as riquezas que ele produz, por exemplo, ao longo de dez dias de um mês. Contudo, segundo o contrato de trabalho, o operário seria obrigado a cumprir os demais vinte dias restantes para receber o seu salário de forma integral. Dessa forma, o dono da empresa pagaria o valor equivalente a dez dias trabalhados e receberia gratuitamente a riqueza produzida nos vinte dias restantes.
Essa modalidade de “mais-valia” era reconhecida pelo pensamento econômico marxista como a “mais-valia absoluta”. Paralelo a esse tipo de exploração, ocorria a “mais-valia relativa”, instalada pelo processo de modernização tecnológico do ambiente fabril. Nesse caso, o trabalhador adequava o exercício de suas funções ao uso de um novo maquinário capaz de produzir mais riquezas em um período de tempo