Kant
R.: “Sejam quais forem o modo e os meios pelos quais um conhecimento se possa referir a objetos, é pela intuição que se relaciona imediatamente com estes e ela é o fim para o qual tende, como meio, todo o pensamento.” Nesta passagem, no início da Estética Transcendental, Kant analisa nossa capacidade de representar objetos, investigando a possibilidade de um juízo a priori desses objetos, com o objetivo de estabelecer um caminho de como se atinge o conhecimento.
Todo pensamento é um meio que tem a intuição como seu fim. Como o nosso pensamento opera de modo discursivo e por partes, conhecer alguma coisa significa conhecer algo acerca desta coisa. Pensar sobre determinada matéria não pode ser entendido como conhecer tal matéria.
Quando represento um móvel, tal como uma cadeira, eu estou representando algo que serve para sentar-se, o material com que ela é produzida, sua cor, sua forma e outras propriedades inerentes a esse móvel, ou seja, apresento um conceito de um objeto denominado cadeira.
Conceito pode ser entendido como uma regra de classificação, distinção e agrupamento dos objetos, e o modo pelo qual ele (conceito) se relaciona com esses objetos se faz por meio de outras representações. Essa relação é mediata com o objeto e suas representações, independente do objeto, devem ter características válidas universalmente. Nessa medida, o conceito é um meio para conhecer e representar os objetos. Uma representação, segundo Kant, não é algo que simplesmente se apresenta à mente. Se utilizarmos uma garrafa como exemplo, teremos a garrafa como objeto do sentido externo e a representação que temos da garrafa é denominada de objeto do sentido interno.
O objeto do sentido externo, a garrafa, tem uma existência independente da minha capacidade de representação, já o objeto do sentido interno, ou a minha representação da garrafa, depende exclusivamente de minha existência, pois se