Kama
O Kama Sutra é hoje o mais conhecido livro do amor. Embora seja um livro sobre sexo, é preciso considerar que o livro enfatiza a arte e os modos que uma pessoa deve praticar o sexo, envolvendo todos os cinco sentidos: audição, tato, visão, paladar e olfato, além da mente e da alma.
O seu nome provém da divindade masculina hindu Kama, que simboliza o desejo e o amor carnal, e Sutra, que significa conjunto de ensinamentos, no antigo sânscrito. Este manual indiano foi escrito no século IV pelo sábio e nobre, Vatsyayana, para a nobreza da Índia, e especificamente para os homens, embora as necessidades femininas não tenham sido ignoradas em suas páginas. Muito pelo contrário. O autor relata detalhadamente as instruções corretas para a excitação da mulher pelo parceiro, incluindo a importância do homem fazer a mulher atingir o orgasmo, seja pelo ato sexual em si, ou através de carícias. O Kama Sutra traz um conjunto de regras sobre a prática do amor, segundo os princípios da filosofia indiana, que eleva o sexo a uma experiência sexual magnífica. As exigências físicas para realização das posições do Kama Sutra o tornaram
famoso, pois algumas parecem perfeitas acrobacias e outras, lembram as posições usadas na voga. O livro não é apenas um manual de posições. Além de descrever, detalhadamente, 64 formas de amar, consideradas essenciais, pretende também ser um guia para desenvolver o erotismo e sensualidade de ambientes, situações e pessoas. Velas e óleos aromáticos, comidas afrodisíacas, perfumes e músicas, fazem parte de todo o ritual. Nos próprios desenhos que ilustram o manual, é fácil perceber como estavam sempre enfeitados com tecidos leves, coloridos e sensuais e cheios de adornos como colares e brincos. Outros livros surgiram inspirados no Kama Sutra seguindo a mesma linha erótico-sensual, muitos séculos depois. Também na Índia, foi escrito o “Ananga Ranga” e seu autor, Kalyana Malla, acreditava que o maior motivo de separação