Kakaka
Elzira Yoko Uyeno (PRPG-LA Unitau)
Resumo: A subjetivação de alunos de Escola de Jovens e Adultos – EJA sob efeitos do uso dos bens tecnológicos é o objeto deste estudo. A observação da incapacidade/impossibilidade de se desligarem dos respectivos aparelhos celulares por um número considerável de alunas o deflagrou. Baliza a análise uma perspectiva interdisciplinar que convoca a Análise do Discurso, a pós-modernidade e a psicanálise. Não comprovando a hipótese inicial de que as chamadas eram relativas a problemas familiares, revelaram-se constituídas de dependências dos aparelhos que se estendiam a outros eletroeletrônicos, dependências tais que as configuram como pós-humanas, no sentido de chegarem a sentir a falta de eletroeletrônicos em seus corpos, efeito colateral da hipermodernidade que se ancora na tecnologia, na individualidade e na economia (LIPOVETSKY). Resultados permitiram postular, ainda, que o atual estágio do capitalismo incita o indivíduo a consumir, submetendo-o a injunções que lhe ordenam a “gozar de todas as maneiras” (ZIZEK, 2003). Essas injunções revelam favorecer um sujeito que se distingue do postulado por Lacan da primeira clínica, que se abstém de gozar por internalizar proibições sociais em decorrência da autoridade paterna: incitando-o a gozar pelo consumo, contribuem para o deslocamento do conceito de inconsciente. Esse deslocamento, por sua vez, convoca a psicanálise para a sua responsabilidade ética da elucidação de que existe uma diferença entre viver uma vida programada e levar uma vida com savoir-faire com o inconsciente (FORBES, 2010): à psicanálise cabe não ensinar “como se deve gozar”, mas que “não se é obrigado a gozar” (ZIZEK, 2003).
Palavras-chave: psicanálise; subjetividade; hipermodernidade
Abstract: the abstract is limited to 250 words the abstract is limited to 250 words the abstract is limited to 250