Kaiwás

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Os Kaiowá e Guarani, até há algumas décadas, ocupavam, ainda, centenas de aldeias, no Mato Grosso do Sul, dispersas em um território bastante amplo, situado entre o rio Apa (Bela Vista), Serra de Maracaju, rio Brilhante, rio Ivinhema, rio Paraná, rio Iguatemi e fronteira com o Paraguai. As primeiras interferências externas recentes em seu território ocorrem durante a Guerra do Paraguai e, especialmente, a partir da década de 1880, quando se instala na região a Cia. Matte Larangeiras , iniciando um processo de ocupação do território por sucessivas frentes não-indígenas. Sendo que o trabalho de exploração da erva, por parte da Cia Matte Larangeiras, não fixou colonos, embora seja responsável pelo deslocamento de inúmeras famílias indígenas, não questionou a posse do território por parte dos Kaiowá/Guarani.

De 1915 a 1928, o Governo Federal demarcou para usufruto dos índios Kaiowá/Guarani um total de oito reservas, perfazendo 18.124 ha. Inicia-se, então, um processo compulsório de confinamento dentro das reservas demarcadas, das diversas aldeias e grupos macrofamiliares, localizados em todo este imenso território . Com a implantação da Colônia Agrícola Nacional , por Getúlio Vargas, a partir de 1943, em pleno território de inúmeras aldeias kaiowá e, a partir de 1950, com a instalação das fazendas de gado, tem-se a ocupação definitiva da totalidade do território tradicional pelas frentes de ocupação não-indígena.

Há profundas diferenças, segundo os depoimentos indígenas, entre o trabalho na colheita da erva mate, de um lado e o engajamento na implantação da Colônia Agrícola Nacional de Dourados e nas fazendas de gado, de outro. Há um termo recorrente para caracterizar esta diferença. É o termo esparramar ("sarambipá"). "A Cia não esparramava. Levava o grupo inteiro. Os fazendeiros esparramavam tudo", dizia João Martins. Este conceito expressa com fidelidade a realidade vivida pelos Kaiowá/Guarani durante a fase de implantação da Colônia Agrícola Nacional de

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