Exemplo de reportagemAto de militares em defesa do golpe de 1964 termina em tumulto no RioOficiais da reserva foram recebidos por manifestantes aos gritos de assassinos etorturadoresPolicia usou bombas de efeito moral e spray de pimenta para dispersar protesto, quereuniu cerca de 500 pessoasMARCO ANTÔNIO MARTINS E PAULA BIANCHIBombas de efeito moral, jatos de spray de pimenta e disparos de armas de choqueforam usados ontem no Rio para dispersar cerca de 500 manifestantes que sereuniram diante do Clube Militar para protestar contra evento em homenagem aogolpe de 64.Militares da reserva que chegavam para o encontro eram recebidos aos gritos de"assassino" e "torturador" pelos manifestantes, contidos por um cordão de isolamentoformado por policiais.Ovos foram arremessados contra o portão do clube. Alguns militares revidaramfazendo gestos obscenos para os manifestantes. Um homem chegou a sair do clube echutou alguns manifestantes.Na calçada, velas e tinta vermelha foram espalhadas para lembrar os mortos edesaparecidos durante a ditadura militar (1964-1985).Dentro do clube, cerca de 300 pessoas participavam do painel "1964 - A Verdade". Porduas horas elogiaram o golpe e não citaram o ato lá fora.Só no fim do evento, o vice-presidente do clube, Clóvis Bandeira, criticou osmanifestantes: "Vejo com tristeza uma ação dessas. Um monte de gente que querproibir que outras façam reunião só porque têm pensamento diferente deles. Curioso,não?"Na saída dos militares houve novos confrontos. Quem deixava o prédio era seguidopor manifestantes. Seguranças do clube acompanhavam os convidados até a estaçãodo metrô, em frente.A prisão de um manifestante que teria revidado um tapa dado por um militar fez comque a confusão tomasse a av. Rio Branco. A via foi fechada pelos manifestantes, e apolícia reagiu com bombas de efeito moral, spray de pimenta e aparelhos de choque.Atingida por uma bomba de efeito moral, a socióloga Mira Caetano desmaiou e teveferimentos no seio, barriga e perna.