Julio prestes
A indicação de Júlio Prestesdesagradou a elite agrária de Minas Gerais, que começava a contestar a hegemonia política dos paulistas. A experiência como deputado estadual e, posteriormente, presidente
(que hoje seria governador) do estado de São Paulo, tinha chamado a atenção de seu antecessor, que resolveu indicá-lo para a campanha.
Contra a indicação de Júlio Prestes, estavam os estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, formando aAliança Libertadora. Os gaúchos já estavam indignados com a política do “café-com-leite” há um bom tempo, pois suas produções agrícolas (como o arroz) não tinham as mesmas regalias que o café cultivado pelas elites agrárias do Sudeste.
Os mineiros tentaram lançar Antônio Carlos de Andrada para a disputa eleitoral, mas ele não tinha um projeto político sólido e decidiu indicar o gaúcho Getúlio Vargas para o cargo.
Em 1º de março de 1930, realizou-se a disputa política entre Getúlio Vargas e Júlio Prestes. O candidato
“café-com-leite” saiu vitorioso segundo as contagens oficiais: 1.091.709 votos, contra 742.794 de
Getúlio Vargas. Entretanto, a Aliança Libertadora acusou a contagem de fraude e não aceitou o resultado. De fato, como costumava fazer, a elite agrária sempre favorecia seus interesses independentemente do resultado das votações. Só em São Paulo, estado onde Júlio Prestes construiu sua carreira política, ele obteve 91% dos votos, dando margem à contestação da validação dos votos.
Antes do presidente assumir o cargo, em 15 de novembro daquele ano, o indicado a vice de Getúlio
Vargas, o paraibano João Pessoa, morreu assassinado no Recife enquanto tomava um café. As investigações indicaram que o assassinato estava ligado ao governo e a Aliança Libertadora decidiu investir um golpe contra a hegemonia paulistana, que suscitou na Revolução de 1930.
Júlio Prestes, que já fazia viagens oficiais na Europa como chefe da nação, nem chegou a assumir o cargo.
Vinte e um dias antes de sair da