Julgamento do Caso dos exploradores de Caverna
Estando nós, juízes, em um perfeito estado de saúde e bem-estar social, devemos nos colocar em posição daqueles em situação precária e desumana. Visto que, do modo como o direito, atualmente, é extremamente formal e rígido, somos tendenciados á nos distanciar dos fatos humanos e reais.
Uma das perguntas mais importantes que se deve fazer ao analisar e julgar este caso é: como eu agiria naquelas mesmas condições?
Imagine-se, você está embaixo da terra há 10 dias e os indícios de um resgate dizem que a previsão de chegada ao ponto onde você está vão demorar ainda muito. Não há mais comida nem água. Somente você e mais quatro colegas de trabalho.
Por ocasião da falta de comida, e com o resgate informando que você e seus companheiros não sobreviverão á tanto tempo sem nutrientes, surge, dentre um dos escavadores, a ideia de alguém do grupo ser sacrificado para a sobrevivência dos restantes. Faltando critérios para escolher alguém para se alimentar, um dos colegas sugere que seja escolhido pela sorte.
Ao instante, nós, que não estamos envolvidos e não estamos naquelas condições, tendemos á repudiar a ideia e ficar á mercê da esperança de um “milagre” ou resgate. Talvez por tendências filosóficas, crenças ou motivos pessoais. Mas tente se colocar no lugar de um dos sobreviventes. Se já ficamos desesperados e famintos quando ficamos apenas 12 horas sem comer, imagine 10 ou 15 dias?!
Depois de mais uns dias passando fome e a mercê da morte, o grupo decide que esta é a única opção possível, se mais pessoas quiserem sobreviver. No entanto, o idealizador da opção de tirar á sorte o escolhido agora se recusa a participar de tal ato. Mesmo assim, o grupo inclui todos os escavadores envolvidos e faz o sorteio. Por azar, o escolhido para ser sacrificado