jujubas
REPRESENTAÇÃO DEMOCRÁTICA: AUTONOMIA E INTERESSE
OU IDENTIDADE E ADVOCACY
LUIS FELIPE MIGUEL
Nas últimas décadas, o debate sobre a representação política tem focado as insuficiências dos modelos formalistas. Teóricas feministas recuperam o valor da representação descritiva, renomeada como “política de presença”, que justificam com base na noção de “perspectiva social”, desenvolvida na obra de Iris Marion Young. Numa direção em grande medida oposta, Nadia Urbinati enfatiza o caráter de advocacy da representação, démarche que ganha grande influência, inclusive no Brasil. Contra tais propostas, afirmo a necessidade de uma teoria da representação que volte a dar centralidade à categoria do “interesse”, mas que, simultaneamente, dê ênfase à demanda por autonomia dos representados. representação política, interesses, perspectivas sociais, advocacy, autonomia.
Palavras-chave:
Recebido:
15/08/2010
Aprovado:
05/09/2011
DEMOCRATIC REPRESENTATION: AUTONOMY AND INTEREST
OR IDENTITY AND ADVOCACY
In the last decades, debates about political representation have focused the insufficiencies of formalist models. Feminist thinkers recover the value of descriptive representation, renamed as “politics of presence”, that they justify based on the notion of “social perspective”, developed by
Iris Marion Young. In a direction which is, in a large extent, opposite,
Nadia Urbinati emphasizes that representation has a character of advocacy, a turn with great influence, even in Brazil. Against such proposals, I maintain the necessity of a theory of representation that gives centrality to the category of “interest”, but that simultaneously emphasizes the demand for autonomy by the represented.
Keywords: political representation, interests, social perspectives, advocacy, autonomy.
Lua Nova, São Paulo, 84: 353-364, 2011
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REPRESENTAÇÃO DEMOCRÁTICA: AUTONOMIA E
INTERESSE OU IDENTIDADE E ADVOCACY*
Luis Felipe Miguel
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