Judeus na Espanha
Al-Andalus foi o nome dado à península Ibérica pelos conquistadores islâmicos do século VIII. Foi, inicialmente, um emirado e, posteriormente, um califado independente. A chegada dos árabes e dos berberes – tribos africanas convertidas ao islamismo - foi saudada pelos judeus, que sofreram duras perseguições nas últimas décadas do reino visigodo, o qual perdurou de 412 a 711 e empregou grande parte desse tempo na tentativa de converter o país ao catolicismo.
Cem anos de regime católico transformaram os judeus em criptojudeus, fizeram de cidadãos ordeiros e produtivos elementos socialmente descontentes e potencialmente rebeldes. Quando, em 711, a monarquia visigoda, os nobres e o clero sucumbiram, após pouca resistência, ao assalto combinado de beberes e árabes, vindos da África do Norte, os remanescentes judeus – secretos – comemoraram e, possivelmente, participam ativamente das ações militares, considerando os invasores muçulmanos como libertadores de um jugo odioso e retornaram com júbilo ao judaísmo aberto. (BORGER, 1999 p. 308)
No tempo árabe, muitos judeus migraram para a parte da Espanha ocupada pelos árabes e uma grande quantidade de imigrantes africanos ajudou também a reforçar a comunidade judaica espanhola. Os judeus conseguiram criar fortes posições econômico-sociais na Península Ibérica, tinham sua liberdade religiosa garantida e ampla liberdade na administração de suas comunidades. Adotaram inclusive o idioma e alguns costumes árabes, como as roupas de seda e os turbantes, o que não fez com que perdessem o contato com outras comunidades judaicas.
Em Al-Andalus puderam renovar a língua e a literatura hebraica, dedicar-se aos estudos dos textos sagrados e à tradução de textos científicos, desenvolvendo enormemente a cultura judaica na Península. Muitos abandonaram a agricultura e passaram a viver nos grandes centros urbanos. Eram protegidos pelos novos senhores e converteram-se em eficazes auxiliares para o comércio, a