João Pedro Vale
“As obras de arte são obras de imaginação”
(Collingwood)
O ser humano tem facilidade através da imaginação de inventar e criar inúmeras coisas e, por isso, a imaginação torna-se essencial para a arte. Desta forma, cada criação é um acto de invenção, uma descoberta das normas de produção que são elaboradas conforme as requisições da própria coisa a realizar. Quando o pensamento passa para a acção, no caso dos artistas, que dão “vida” a uma forma, permite que esta tenha várias interpretações de acordo com o pensamento de cada indivíduo. Por isso, as obras dos diferentes artistas são mais do que o ano da sua criação, os seus antecedentes e os juízos formulados a seu respeito.
João Pedro Vale é um escultor que utiliza a sua imaginação para criar objectos originais e únicos parecendo que usufrui de uma grande liberdade para os produzir, de modo a que todos os objectos se tornem de certa forma fascinantes. Um dos seus processos de originalidade advém da fantasia, das histórias de encantar que passam de geração em geração e deslumbram as crianças com toda a magia que lhes são particulares. Deste modo, a ficção/construção de forma ficcional retêm muita importância no mundo fantasioso de João Pedro Vale. Uma parte das suas esculturas mais recentes encontram-se bastante ligadas a esta ideia de ficção, visto que, em muitos dos seus trabalhos existem certas referências que nos fazem lembrar as personagens da nossa infância que estão presentes em filmes ou narrativas que ficam na memória de grande parte das pessoas.
De uma forma inconsciente, as pessoas que lêem e vêem estas histórias apreendem a moral. Contudo, para o artista, as histórias servem apenas como um ponto de partida de forma a desenvolver as esculturas, que lhe permitem
alterar tanto o sentido das acções, das personagens como dos acontecimentos apoderando-se das imagens e desviando-as para outro campo de interesse.
Um dos trabalhos escultórios de João Pedro Vale em