Edifício
Fachada colorida
O recuo de 10 metros para o respiro da rua, as lajes de tamanhos variados, os vãos preenchidos por painéis coloridos e vidro, além das varandas ajardinadas dão movimento a uma estrutura que se destaca bem no fundo de um vale. “O principal elemento do Edifício João Moura é a própria inserção urbana, ou seja, mesmo na parte debaixo de uma rua, ele chama a atenção de quem passa pela tradicional Avenida Sumaré. Assim, relaciona-se com a paisagem e destaca-se para quem está no viaduto”, explica a arquiteta Lua Nitsche.
Topografia acidentada
O principal elemento do Edifício João Moura é a própria inserção urbana Lua Nitsche
O terreno tem sua peculiaridade em função do desnível de quase 16 m de altura entre a rua do fundo, que dá para o metrô da região, e a João Moura. Foi justamente essa topografia que norteou o projeto. “A entrada principal é marcada por lençol freático alto, então não havia como fazer o subsolo. Isso explica por que o projeto determina os primeiros andares como garagens. Logo surgiu a preocupação de não fazer uma ‘fachada garagem’. Por isso, criou-se uma espécie de recepção, projetada de forma a proporcionar uma entrada de boa relação com a rua e com a calçada”, conta.
Estrutura marcante
Com área útil de 2,5 mil m², o edifício João Moura tem pés-direitos amplos de 2,7 m abaixo do forro; as vigas são protendidas e chatas; os pilares recuados da fachada; os fechamentos independentes e as prumadas periféricas e ‘pulverizadas’ – propriedades que garantem flexibilidade de uso, tornando a proposta mais versátil e atual.
Executado a partir de um sistema simples, com estrutura de concreto, compreende pilares concentrados nas duas fachadas maiores. Para isso, utilizou-se viga de concreto protendido, que culminou em um vão de quase 15 m. É uma estrutura totalmente aberta, ou seja, o elemento de fachada é justaposto à estrutura. Isso permite brincar com o deslocamento de painéis que são apenas encaixados