João Cabral de Mello Neto
João Cabral de Melo Neto é um escritor único dentro da literatura brasileira. Para ele, o trabalho poético não é fruto de “inspiração” ou alguma espécie de momento criativo, como é comum pensar sobre o ato de fazer poemas. Ao contrário, João Cabral declarava que a poesia se encontra no rigor de sua construção e na organização do texto em si. O ideal artístico do poeta é o da “simetria”, algo que só poderia ser conseguido através de um exercício autocrítico e de um trabalho linguístico. Por conta disso, João Cabral muitas vezes é chamado de “arquiteto das palavras” ou de “o poeta-engenheiro”.
Além de ir contra a ideia de que o fazer poético é fruto de uma inspiração do escritor, o que dá à poesia um caráter extremamente diferente, João Cabral buscou construir um poema objetivo, cuja visão não vem mais carregada de sentimentalismo (como acontecia com os poetas românticos), mas sim com dados objetivos da realidade. João Cabral procura destruir o individualismo e a subjetividade (o que se passa no intimo do individuo) encontrado em poemas românticos. Sendo que a voz poética era explícita dentro do poema para que o poema comunique por si só, de forma objetiva e direta, sem o intermédio do “eu” pessoal do poeta.
A luta de João Cabral contra o individualismo dos poetas que só se preocupam com seu “eu íntimo”, fez com que ele buscasse novas formas de comunicação. Por conta disso, o poeta se aproximou das cantigas populares nordestinas, ao cordel, trovas medievais e uma série de formas poéticas, próprias da tradição popular, utilizando inclusive as técnicas de composição empregadas nessas formas de poesia popular como, por exemplo, a repetição de palavras, algo muito presente no cordel nordestino.
. Para ele, o trabalho poético não é fruto de “inspiração” ou alguma espécie de momento criativo, como é comum pensar sobre o ato de fazer poemas;
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