João bundao
Cerrado
Por José Teodoro de Melo (pesquisador da Embrapa Cerrados) e Daniel Pereira
Guimarães (pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo).
A utilização de sistemas agroflorestais é uma alternativa para as pequenas propriedades rurais propiciando aproveitamento simultâneo da área para cultivos agrícolas e florestais. Essa característica, aliada à viabilidade econômica, social e ecológica, aponta os sistemas agroflorestais como uma das melhores soluções para a busca da sustentabilidade no setor agrícola.
Os sistemas agroflorestais podem ser feitos com espécies florestais e agrícolas (alley cropping), com espécies florestais nativas e exóticas consorciadas a áreas de pastagens (sistemas silvopastoris), quebra-ventos, sistemas de faixas florestais para proteção dos cursos d'água e cultivos de espécies medicinais e aromáticas em áreas florestais (permacultura). Embora ainda incipientes no
Cerrado, esses sistemas já se encontram difundidos com êxito nas demais regiões do País.
Produção de palmáceas
Os sistemas agroflorestais podem ser usados para a produção de palmáceas. O cultivo de palmáceas oferece boas perspectivas para a melhoria da renda dos produtores, permitindo inclusive o estabelecimento de agroindústrias nas propriedades. Das palmáceas cultivadas no Cerrado, a guariroba (Syagrus oleracea) ocupa lugar de destaque pelo seu palmito, ou broto terminal, de sabor amargo, um prato típico da região.
O cultivo de espécies florestais em plantios homogêneos exige amplos espaçamentos. O consórcio entre as culturas representa uma estratégia importante para utilização desses espaços. Entre as espécies florestais, o mogno
(Swietenia macrophylla King), a seringueira (Hevea brasiliensis M. Arg.) e o neem
(Azadirachta indica) oferecem perspectivas de retorno econômico e uso nesses sistemas agroflorestais.
Visando oferecer alternativas de sistemas agroflorestais e, ao mesmo
tempo,