Joseph Ki-Zerbo
Ao escrever a História da África Negra- I em 1962, Ki-Zerbo procurou esclarecer os mitos que cercavam o continente africano em relação a sua história e demonstrar as dificuldades encontradas e os diferentes métodos necessários para possibilitar o estudo da mesma.
Durante muito tempo, um mito que permaneceu foi o que o continente africano não possuía história e nem fazia parte dessa devido à falta de fontes históricas escritas. Essa concepção foi sustentada por alguns autores como o filósofo Fedrich Hegel no qual declarava que no continente africano não houve movimentos e nem progressos próprios e que era um mero coadjuvante na história de seus colonizadores. O aventureiro David Livingstone dizia que a maior parte de seus habitantes estavam estagnados no tempo e que a mesma não tivera história.
Era normal se dizer que os africanos não contribuíram para a história da humanidade, com exceção dos povos do norte e dos egípcios, no qual se falavam que o Antigo Egito era uma extensão da Europa na África, deixando clara a visão eurocêntrica que se disseminava na época.
Joseph Ki-zerbo promove o rompimento dessa visão propondo vários métodos, e que se pode utilizar-se de outras fontes históricas na África que podem servir como material ao historiador e não somente as fontes escritas, que na maioria se encontram nos países europeus. Essa é uma das dificuldades encontradas, porém não impedem de que a história seja construída, pois existem várias outras ciências que trabalham em conjunto com diversas áreas do conhecimento.
Uma grande aliada de extrema importância é a arqueologia, é através desta que é possível reencontrar com o passado, por meio de escavações e todo um processo envolve diversas técnicas para se chegar a um