Jornalismo
A banalização das imagens nos meios de comunicação Erivam Morais de Oliveira1 erivam.oliveira@gmail.com Resumo
A fotografia começou a ser usada pelos jornais diários em
1904 com um atraso de mais de 20 em relação às revistas ilustradas. Quase um século após essa publicação e da genial frase “Embora as fotografias não possam mentir, os mentirosos podem fotografar”, proferida por Lewis Hine, fotógrafo americano que denunciou a exploração do trabalho infantil em seu país, o conteúdo dessa afirmação perpetua no dia a dia do fotojornalismo mundial acompanhado de problemas éticos nas edições, cortes, manipulações e adulterações - inclusive montagens nos meios jornalísticos, mas nunca com tanta frequência como agora, resultados dos avanços tecnológicos, onde essa prática torna-se mais fácil e comum, interferindo na credibilidade e destruindo a memória do século XXI.
Palavras-chave: Fotojornalismo. Ética. Manipulação.
Mercado. Memória.
Graduado em Jornalismo; Especialista em Teoria da Comunicação Social - Cásper Líbero e mestre em Ciências da Comunicação pela USP com a dissertação e documentário em vídeo: Hércules Florence: Pioneiro da fotografia no Brasil (2003). Atualmente é professor e pesquisador do Deptº Comunicação da UFV, vice-coordenador do curso de Jornalismo e
Coordenador dos Laboratórios de Comunicação. É autor de vários artigos e do livro Fotojornalismo - uma viagem entre o analógico e o digital (2009).
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REBEJ – Revista Brasileira de Ensino de Jornalismo
Ponta Grossa, v.1, n. 6, p. 59-81, dez. 2009/mai. 2010.
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Introdução fotografia começou a ser usada pelos jornais diários em 1904, com a publicação de uma foto no jornal inglês Daily Mirror, com um atraso de mais de 20 anos em relação às revistas ilustradas, que já publicavam fotografias desde a década de
1880. Essa entrada da fotografia no jornalismo diário proporcionou uma mudança significativa na forma do público se relacionar