Jornalismo e a Representação Social
JORNALISMO E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS:
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Prof. Dr. Alfredo Eurico Vizeu Pereira Junior
Departamento de Comunicação da UFPE
1. INTRODUÇÃO
O jornalismo, em particular, o televisivo é hoje a grande Praça Pública do
País. A ágora eletrônica. Com certeza muito diferente da Praça de Discussões da
Grécia antiga. Nela alguém era considerado cidadão não apenas quando se sentavam na ágora, um lugar de debates, mas quando lançava a mão da palavra da palavra apresentado seu projeto de como pensava que a cidade devesse ser organizada e governada. Essa é a verdadeira Praça Pública, a verdadeira participação. A Praça Pública que tratamos aqui é do espaço público midiatizado através do qual a televisão, os rádios e os jornais contribuem diariamente para a construção do real. Para a maioria das pessoas, especialmente num País como o nosso no qual a primeira e muitas vezes a única informação disponível é aquela transmitida pela televisão, o campo midiático ocupa um espaço central na divulgação dos grandes temas nacionais no campo da economia, da política e da cultura. Dentro desse contexto, entendemos que a mídia, pela disposição e incidência de suas notícias, desempenha uma importante função no sentido de tornar público os temas sobre os quais o público falará e discutirá. A hipótese do
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“agendamento” sustenta que as pessoas agendam seus assuntos e suas conversas em função do que a mídia veicula (McCOMBS; SHAW; 1993).
Partindo-se do pressuposto de que a sociedade moderna é caracterizada pela natureza fragmentada da experiência (PRYSTHON, 2002), pela conseqüente multiplicidade de esferas de legitimidade e pela autonomia das suas dimensões, acreditamos que, no campo midiático, o jornalismo assume hoje um imprescindível papel de mediação, garantindo deste modo a