A Coxia sobe ao Palco: Caso Ricupero e a Ação Jornalística

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010

A Coxia Sobe ao Palco: Caso Ricupero e a Ação Jornalística1
Fábio ALMEIDA2
Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG

RESUMO
No ano eleitoral de 1994, o então ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, confidenciou ao jornalista Carlos Monforte, do Bom Dia Brasil, da TV Globo, que não tinha
“escrúpulos” em fazer campanha indireta para o candidato a presidente Fernando
Henrique e que “escondia coisas ruins” sobre o plano real. Essa conversa emblemática foi transmitida às parabólicas de todo país, ao vivo, sem que os dois soubessem. Tal situação levou o político a pedir demissão de seu cargo. Esse caso será aqui tratado pela ótica da metáfora teatral de Goffman, encontrada em seu livro A representação do eu na vida cotidiana.

PALAVRAS-CHAVE: jornalismo; ator social; ator político.

INTRODUÇÃO
Partindo das noções de região frontal e de fundos, componentes da metáfora teatral de Goffman (1975), este artigo problematiza o caso Ricupero como revelador do jornalismo enquanto ator social, participante/interessado nos conflitos políticos
(BORRAT, 2006). Para o início dessa análise de caso, torna-se fundamental a descrição do mesmo. A abordagem inicial se dará pelo livro de Bernardo Kucinski (1998), A síndrome da antena parabólica. A obra aborda uma série de casos em que, na visão do autor, foi necessária uma discussão ética. Aqui a discussão ficará restrita ao caso
Ricupero.
Bernardo Kucinski conta que Rubens Ricupero, o então ministro da Fazenda do governo Itamar, que veio a substituir Fernando Henrique Cardoso naquele Ministério, disse em rede nacional que estava fazendo propaganda eleitoral indireta do candidato do

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Trabalho apresentado na Divisão Temática Jornalismo, da Intercom Júnior – Jornada de Iniciação Científica em
Comunicação, evento