Jornais populares x jornais tradicionais
Jornais populares se tornaram um fenômeno nos últimos quinze anos no mercado editorial brasileiro, acompanhando uma tendência mundial de lançamento de jornais compactos. Com preços baixos, planejamento gráfico atraente, linguagem acessível e anúncios de produtos e serviços voltados ao público de baixa renda, estes periódicos conquistaram novas audiências, que até então não tinham acesso nem o hábito de leitura de publicações diárias. Para se ter ideia da expansão sofrida por este mercado, alguns dos jornais voltados ao consumidor de menor poder aquisitivo que surgiram após o ano de 1997 foram: Extra (RJ), Agora São Paulo (SP), Folha de Pernambuco (PE), Primeira Hora (MS), Notícia Agora (ES), Expresso Popular (SP) e Diário Gaúcho (RS). Outros, mais antigos, conseguiram sobreviver nesse mercado, como é o caso de O Dia (RJ), a Tribuna do Paraná (PR), o Jornal da Tarde (SP) e o Diário de S. Paulo (SP). Atualmente, o mercado de periódicos populares se encontra em plena expansão, existem várias publicações de grande circulação no país (em versão impressa e/ou eletrônica), sendo grande parte delas distribuída nos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, com foco nas classes C, D e E, segundo a Associação Nacional de Jornais. Este sucesso não se deve, no entanto, a uma aproximação qualitativa entre o jornalismo popular e o jornalismo de referência, mas principalmente à adoção de estratégias comerciais que aproveitaram o bom momento econômico e a maior distribuição de renda na população durante este período. Diferente da linha editorial essencialmente sensacionalista, que era a “marca registrada” dessas publicações há cerca de vinte anos, os jornais populares sofreram um gradativo reposicionamento e, atualmente, tratam prioritariamente de temas relacionados ao cotidiano de seu público (saúde, mercado de trabalho, transporte e educação), reservando parte de seu conteúdo também ao