Inovação e competitividade
No início da entrevista, Rush conceitua inovação: uma ideia criativa cuja aplicação prática gera algum valor. Com isso, ele elimina a noção de que para uma inovação acontecer basta uma ideia nova, pois se ela não é aplicada, ou se sua aplicação não traz nenhum valor, esta ideia em si não foi inovação. Também desconstrói a percepção de que ideia inovadora é ideia nova, pois nem sempre a criatividade é algo nunca pensado. Pode ser algo já pensado, mas nunca aplicado àquele contexto determinado, por exemplo.
Onde trabalho, uma editora de livros jurídicos, as pessoas estão acostumadas a sempre repetir os mesmos processos, mesmo que estes tenham se revelado falhos, por temer tentar fazer diferente e errar ainda mais, ou mesmo por inércia e falta de atitude. Em outro polo, há pessoas com ideias muito diferentes do padrão, mas cuja aplicação não necessariamente deve gerar um valor para a empresa. Podem, em alguns casos, gerar valor negativo. Percebo poucos exemplos em minha prática de ideias que sejam criativas e agreguem valor aos produtos e serviços que prestamos.
Ao prosseguir a entrevista, Rush desmistifica a criatividade. Ele não ocorre, segundo ele, somente a partir de inspiração, mas pode brotar desde que o ambiente certo seja promovido. Isso concorda com a percepção expressa no parágrafo anterior. Onde trabalho não há um ambiente voltado para a geração de inovações. Também não há a sistematização de um monitoramento das inovações que ocorrem externamente e podem afetar nosso negócio. Ele acontece, mas não de maneira formal e sistêmica. Estes dois pontos comprovam a afirmação de Rush que pequenas e médias empresas, classificação em que minha empresa atual se encaixa, não despertaram para a importância da inovação.
Este “despertar”, mesmo tendo um viés cultural claro, esbarra também em algo comentado