Jon elster, marx hoje.
O materialismo histórico explica toda a trajetória da história humana, de suas formas de organização primitivas até o presente e futuro. No texto, Elster diz que Marx defendeu que a história não é o resultado de eventos específicos e independentes, mas sim dependente de processos sistêmicos, que determinam o desenvolvimento histórico. Essa teoria do materialismo também serviria para as relações entre as pessoas, assim, a ideia do principal do texto seria a de que a história sempre está conectada ao mundo material construído pelos homens.
Sobre a luta de classes, Elster diz que a teoria marxiana das classes tinha a intensão de oferecer a explicação básica dos conflitos sociais. Marx acreditava que classes definidas tendem a se objetivar coletivamente, e que eventuais pessoas que não corresponda à essas classes tendem a perder importância. Haveria, assim, uma presunção de que o “mapa” das pessoas relevantes em uma sociedade poderia ser explicado por referência às classes sociais objetivamente definidas. A consideração da existência de grupos religiosos, étnicos, ou de outros grupos que sejam atuantes na sociedade coloca dois problemas à teoria formulada nesses termos: a persistência de grupos que não são classes, e o fracasso de algumas classes em organizarem-se.
Ao longo de toda a história da civilização greco-romana, o conflito social central travou-se entre patrícios e plebeus, que não são propriamente classes, o que Max Weber chamou de grupos de status.
Segundo Elster, porém, esta inexistência da ação coletiva de classe entre os escravos não constitui um desafio real à teoria marxiana das classes, uma vez que a sua mera possibilidade foi um fator importante na determinação das relações sociais. Assim, para Elster, no que se refere aos dois “desafios” lançados à teoria marxiana das classes sociais, apenas a persistência histórica continuada de grupos que não são classes economicamente definidas constitui para ela uma real dificuldade;