John Rawls
Atualmete, os problemas sociais fazem parte do nosso dia a dia como se fosse algo normal, esses problemas: famílias cujo o rendimento não permite fazer mais que uma refeição por dia, jovens que não tem a menor possibilidade de adquirir pelo menos a escolaridade básica, entre outros, são as ‘principais’ causas de desigualdade social. A teoria da justiça de John Rawls é a resposta com mais influência para tal problema.
A teoria de Rawls constitui, em grande parte, uma reacção ao utilitárismo clássico. De acordo com esta teoria, se uma ação maximiza a felicidade, não importa se a felicidade é distribuída de maneira igual ou desigual. Grandes desníveis entre ricos e pobres parecem em princípio justificados. Mas na prática o utilitarismo prefere uma distribuição mais igual. Assim, se uma família ganha 5 mil euros por mês e outra 500, o bem-estar da família rica não diminuirá se 500 euros do seu rendimento forem transferidos para a família pobre, mas o bem-estar desta última aumentará substancialmente. Isto compreende-se porque, a partir de certa altura, a utilidade marginal do dinheiro diminui à medida que este aumenta.
Deste modo, uma determinada quantidade de riqueza produzirá mais felicidade do que infelicidade se for retirada dos ricos para dar aos pobres. Tudo isto parece muito sensato, mas deixa Rawls insatisfeito. Ainda que o utilitárismo conduza a juízos correctos acerca da igualdade, Rawls pensa que o utilitárismo comete o erro de não atribuir valor intrínseco à igualdade, mas apenas valor instrumental. Isto quer dizer que a igualdade não é boa em si — é boa apenas porque produz a maior felicidade total.
Rawls parte então de uma concepção geral de justiça que se baseia na seguinte ideia: todos os bens sociais primários: liberdades, oportunidades, riqueza, rendimento e as bases sociais da auto-estima (um conceito impreciso) devem ser distribuídos de maneira igual a menos que uma distribuição desigual de alguns ou de todos estes bens