John milton e o republicanismo
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
John Milton e o Republicanismo
Ética e Filosofia Política II
São Paulo
2010
John Milton e o republicanismo
Na tenência dos reis e magistrados Milton atribuiu a propensão humana à servidão aos afetos internos e aos maus costumes, e afirma que somente nessas condições a tirania teria amparo.
“Se dentro de si os homens desejassem se governar pela razão e em geral não abandonassem o entendimento a uma dupla tirania, a do costume externo e a dos cegos afetos internos, eles discerniriam melhor o que é favorecer e amparar o tirano de uma nação” (Milton, 2005, p. 5).
No fragmento supracitado o autor aponta os dois elos que agrilhoam o povo à tirania, os cegos afetos internos e o costume externo, relacionando a escravidão aos desejos irrefreáveis com a causa da sujeição do povo aos desejos de um tirano. Ainda nesse parágrafo o autor afirma que são esses homens, por ele designados como maus, que favorecem a tirania, enquanto os bons, aqueles que amam a virtude e a liberdade, são empecilhos para tal forma de governo. Segundo ele,
“Na verdade, só os homens de bem podem amar vigorosamente a liberdade; os demais amam, não a liberdade, mas a licença, que sob os tiranos goza de irrestrito alcance e inteira indulgência.” (Milton, 2005, p.5).
A oposição entre liberdade e licença, trazida por Milton, era tema recorrente entre os humanistas, que tinham por intenção distinguir a liberdade em sociedade da liberdade irrestrita. Em Hobbes e a Liberdade Republicana, Skinner menciona essa contraposição:
“Se os que cedem aos seus apetites não agem livremente, como deveríamos nós caracterizar seu comportamento? A resposta que podemos encontrar entre os humanistas do período elisabetano pouco