John locke
Locke nasceu em 1632. Filho de um advogado e proprietário rural do Somerset, no sudoeste de Inglaterra, que se transformou em capitão de cavalaria durante a Guerra Civil, Locke despertou muito cedo para os problemas da vida política inglesa da sua época. Depois de se ter se formado na Westminster School, fez o mestrado no Christ Church, Oxford, em 1658. Formou-se em medicina, tendo-se tornado o médico de Lord Shaftesbury, membro do círculo íntimo do rei Carlos II. Carlos regressara do exílio em 1660, numa onda de reacção popular contra a tirania e a austeridade do regime cromwelliano, no qual seu pai havia sido executado. No entanto, à medida que o seu reinado progredia, a realeza tornava-se cada vez menos popular, especialmente porque o herdeiro do trono, Jaime, o irmão do rei, era um católico firme, e a Inglaterra era Anglicana. Em 1666 conheceu Lord Ashley, conde de Shaftesbury em 1672, passando a integrar a casa do aristocrata, chefe do partido Whig. . Assim, quando Shaftesbury foi nomeado Lorde Chanceler, Locke tornou-se o seu secretário para a apresentação de benefícios. Shaftesbury chefiou o partido liberal, que procurava excluir Jaime da sucessão; teve de fugir do país, depois de, em 1683, ter estado implicado numa conspiração contra os irmãos reais. Locke acompanhou-o à Holanda e passou os anos de exílio a compor a sua mais importante obra filosófica, o Ensaio sobre o Entendimento Humano, publicado em diversas edições nos últimos anos da sua vida, a vida política de Locke fê-lo viajar bastante.
A obra “Segundo tratado sobre o governo civil “ é, como indica seu título, um ensaio sobre a origem, extensão e objetivo do governo civil. Nele, Locke sustenta a tese de que nem a tradição nem a força, mas apenas o consentimento expresso dos governados é a única fonte do poder político legítimo. Pode ser entendido também como uma justificação ex post facto da Revolução Gloriosa, onde Locke fundamenta a