John Locke Fichamento Segundo Tratado sobre o Governo Civil
O autor trata inicialmente sobre o estado de natureza do homem, que tem como principais características a liberdade e a igualdade. Esses princípios garantem a coexistência pacifica dos indivíduos, uma vez que todos têm obrigação moral de corrigir uns aos outros, sendo sempre justos. (p.36-37). Apesar de ter a igualdade como principio fundamental, eles não contradizem a instituição das formas de governo, pois os homens têm a necessidade de estabelecer relações político-sociais para evitar o chamado Estado de guerra (opressão da liberdade natural) mediante o intermédio de um juiz e de um julgamento. (p.39-40).
Outro conceito importante trabalhado no texto é o de propriedade, definido como a valoração que determinada coisa recebe após a dedicação de trabalho sobre ele, retirando a coisa de seu estado de natureza. Essa apropriação é limitada na necessidade de cada ser humano, “Tudo o que excede a este limite é mais que a sua parte e pertence aos outros.”(Locke, p.43). Ai surgia o rudimentar sistema de trocas, uma vez que o valor produzido pelo trabalho pertencia ao indivíduo desde que o mesmo não tornasse inutilizável a sua produção, o que era facilitado pelo sistema de trocas, que permitia trocar bens perecíveis por duráveis (p.48).
Locke defende a ideia de que o homem se abriga em sociedade para fugir das falhas do estado de natureza que podem causar diversos conflitos, e para assegurar o direito a propriedade de cada indivíduo. Essas falhas (carência de leis fixadas, falta da imparcialidade no julgamento e ineficiência do poder na tomada de decisões) encaminham a humanidade a abdicar de seus poderes naturais (auto preservar e punir) para o bom convívio social. Essa abdicação cria organismos de coordenação para o melhor funcionamento da sociedade, gerando assim a estruturação do poder legislativo como “[...] poder supremo em toda sociedade