John lennon
De início, cabe lembrar que Lennon sempre se apresentou como o beatle mais intelectualizado e disposto a falar sobre política e comportamento, sendo o dono dos “insights mais aprofundados” da banda (MERHEB, 2012, p. 71). Em 1963, quando os Beatles se apresentaram no Royal Variety Show, diante da Rainha da Inglaterra, o cantor declarou: “O pessoal da geral pode bater palmas. O resto, por favor, chacoalhe as joias” (SARMENTO, 2006, p. 60). Em 1965, quando a beatlemania se espalhara pelo planeta, o músico suscitou uma “guerra santa” contra o seu grupo ao afirmar:
“O cristianismo vai acabar. Vai se dissipar, depois sucumbir. Nem preciso discutir isso. Estou certo e o tempo vai provar. Hoje somos mais populares do que Jesus Cristo. Não sei o que vem primeiro, o rock’n’roll ou o cristianismo. Jesus era legal, mas seus discípulos eram estúpidos e ordinários” (MERHEB, 2012, p. 71).
A repercussão negativa desse episódio levou Lennon a se desculpar perante um batalhão de jornalistas. Em sua fase mais politizada, ele manifestaria o seu arrependimento por ter voltado atrás. O ícone pop também teve de se explicar em 1968, dessa vez para a esquerda, que viu na canção Revolution um retrocesso político, quando o mundo estava em ebulição. Movimentos de protesto e mobilização política pulularam naquele ano, que ficou marcado pelas manifestações nos Estados Unidos