Joelho
As fraturas do planalto tibial formam um complexo grupo de lesões que desafiam o cirurgião ortopedista. Segundo dados americanos, correspodem a 1% de todas as fraturas e cerca de 8% das fraturas ocorridas nos idosos. A distribuição em relação à idade e ao sexo dos pacientes com esta lesão parece mostrar um padrão bimodal. O pico de incidência em homens ocorre na quarta década de vida, causado geralmente por um trauma de alta energia; o pico de incidências nas mulheres ocorre na sétima década de vida e são fraturas tipicamente de baixa energia em ossos com grau avançado de osteoporose. Em geral, essas lesões decorrem de forças em valgo ou varo, combinadas com a solicitação axial.
Essas fraturas afetam uma importante articulação de sustentação do peso e constituem lesões graves, que frequentemente acarretam limitações funcionais, sendo constantemente associadas a lesões de partes moles, quais sejam, ligamentares (54% 41B; 80% 41C, segundo a classificação AO/OTA)1 ou meniscais (42%)5. Como complicações tardias citam-se: deformidades angulares, principalmente em varo; pseudo-artrose7; osteoartrose; rigidez articular.
Portanto, na avaliação inicial, o médico deve responder a algumas questões: a) Essa é uma lesão isolada ou associada a um politraumatismo? b) Quais são as características do paciente? (jovem-idoso; patologias associadas) c) Qual é a extensão do dano dos tecidos moles? d) Qual a infraestrutura disponível para tratar essa fratura? (intensificador de imagens, instrumentais e implantes disponíveis) e) Qual é a minha experiência no tratamento desse tipo de fratura?
Assim, o ortopedista tem que levar em consideração a intensidade das lesões de partes moles que acompanha a lesão óssea em si. Deve considerar também as várias possibilidades terapêuticas: redução fechada mantida com gesso ou tração, fixação percutânea – com parafusos, fios ou fixador externo – sob visualização artroscopica ou artrotomia limitada e redução aberta